Como devem calcular, esta fotografia foi tirada um pouco à sorte. No meio de uma série de disparos, senti uma ligeira humidade nos pés, pois bem, o orvalho matinal tinha invadido completamente o interior dos meus sapatos e meias, tinha-se instalado vitoriosamente entre os dedos dos pés de onde emanava uma galopante sensação de frescura, e enregeladora por sinal! Foi nesse momento que me lembrei que da alteração do ponto de vista a que estamos comummente habituados, poderia resultar uma boa fotografia.
Coloquei a máquina perto do solo e disparei... disparei novamente para enquadrar melhor! Obtive o que procurava... uma fotografia cujo enquadramento resulta de um ponto de vista que raramente visionamos (a não ser quando alguém se espalha ao comprido e, beneficiando da maior proximidade do nível médio das águas do mar, aproveite para apreciar a paisagem), um primeiro plano onde o orvalho é o motivo principal, e três linhas de força bem definidas que encorajam o observador a percorrer toda a fotografia (a cerca do lado esquerdo, o caminho e a vegetação no lado direito). Concluindo o pequeno historial deste registo e aproveitando a onda publicitária do momento: "Se eu podia tirar esta fotografia sem molhar os sapatos e sem fazer, mais uma vez, figura de tótó? Podia... mas não era a mesma coisa!"
1 comentário:
Ainda bem que ainda há gente que se predispõe a fazer figura de tótó para nos poder presentear com belas fotos.
Para quando uma visita às aldeias de xisto de granito?
Um abraço
Francisco Carrola
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